Agência Minas Gerais | Oficina discute elaboração do Plano de Manejo da Serra de São José

maio 20, 2024 Off Por Admin

Gestores municipais, proprietários rurais, membros de universidades, moradores da área de abrangência, do terceiro setor e do turismo se reuniram, na última semana, para oficina de elaboração do Plano de Manejo do Refúgio de Vida Silvestre Libélulas da Serra de São José e da Área de Proteção Ambiental São José. A oficina é a etapa considerada mais importante da elaboração do documento, que irá orientar novas diretrizes de gestão dos recursos naturais existentes na área.

“Esse é o momento em que a equipe de gestão e representantes de diferentes segmentos que possuem atividades no entorno da unidade de conservação, ou algum tipo de relação com a área de preservação, se reúnem para discutir os elementos que irão compor o documento final”, disse a monitora ambiental do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Lara Beatriz Resende.

O processo de elaboração do Plano de Manejo da UC está sendo desenvolvido pelo IEF conforme Roteiro Metodológico para Elaboração e Revisão de Planos de Manejo das Unidades de Conservação Federais do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO, 2018). Para isso, foi realizada a contratação dos serviços especializados do Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec), com recursos provenientes do Acordo Judicial de Brumadinho.

De acordo com Lara Resende, o processo de elaboração do documento consiste em diversas etapas até o produto final e, nesta semana, ocorreu a etapa das oficinas. “Esse documento é extremamente importante, por estabelecer o zoneamento e as normas que norteiam os diversos usos que acontecem dentro das Unidades Conservação”, ressaltou.

O processo foi iniciado em junho de 2023 e, desde então, uma série de etapas foram realizadas, dentre elas, a caracterização das UCs a partir da melhor informação disponível, o que implica em dados secundários, conhecimentos e vivências da gestão das UCs e da comunidade envolvida. Os levantamentos buscaram, principalmente, os dados que estão mais vinculados com as atuais necessidades de gestão percebidas.

Foram também realizadas reuniões prévias com proprietários e moradores do interior das UCs, representantes dos setores turístico, científico, conselho das UCs, gestores municipais para esclarecer sobre o processo de elaboração do Plano de Manejo. Durante essa etapa, foram recebidas contribuições e subsídios para a oficina, reforçando sempre a importância do envolvimento e da participação da sociedade no processo.

As próximas etapas consistem na consolidação das discussões e definições realizadas durante a oficina e consolidação do documento que irá compor o Plano de Manejo. Após isso, o plano será submetido para aprovação da Câmara de Proteção à Biodiversidade e de Áreas Protegidas (CPB) do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) e disponibilizado, por meio da biblioteca do Sisema a todos os interessados.

Plano de Manejo

O Plano de Manejo busca identificar as principais características da UC, apontando as áreas mais sensíveis à conservação da biodiversidade e dos recursos naturais e as áreas sob maior pressão, dado o perfil do uso e ocupação do entorno. Também busca compreender os usos do território para, ao final do processo, definir um zoneamento com normas de uso e ações que orientem a gestão da área da UC, além da indicação de planejamentos e programas de ação, considerando suas características e potencialidades.

Unidades de Conservação

O Refúgio de Vida Silvestre Libélulas da Serra São José e a Área de Proteção Ambiental São José são unidades de conservação sobrepostas, localizadas na região dos Campos das Vertentes e inseridas em porções dos municípios de Prados, Tiradentes, São João del-Rei, Coronel Xavier Chaves e Santa Cruz de Minas.

A Área de Proteção Ambiental (APA) possui uma área geográfica de 4.648,3 hectares e o Refúgio de Vida Silvestre (REVS) uma área de 3.709,79 hectares conforme limites disponibilizados na Plataforma de Dados Ambientais do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (IDE-Sisema). Essas unidades de conservação (UC) resguardam nascentes do Rio das Mortes, que por sua vez formam a bacia do Rio Grande e abrigam um grande número de espécies de libélulas, valor que se aproxima à metade da riqueza conhecida em todo o estado de Minas Gerais, e ainda, incluem uma espécie endêmica importante, descoberta nessa região: a Heteragrion tiradentense.